UM PANORAMA DOS JOGOS DE AVENTURA.
por Tomás Partiti Cafagne
Os jogos de aventura, em inglês adventure games, são um gênero muito popular de jogos eletrônicos. O primeiro jogo desse gênero foi o Adventure para Atari 2600 (baseado em um jogo de texto denominado Colossal Cave Adventure), lançado em 1979. Variando de jogos 2D a 3D, realistas, fantásticos, medievais, os adventure games têm uma variedade de possibilidades. Seu auge foi nos anos 90 com jogos como Full Throtlle, Grim Fandango, Day of the Tentacle, a série Monkey Island, entre outros. Uma das maiores produtoras e responsáveis pela grande popularidade do gênero nos anos 90 foi a LucasArts, empresa criada por George Lucas nos anos 1980 para desenvolver jogos das propriedades intelectuais das quais ele era dono.
Outra grande produtora de jogos de aventura no período foi a Sierra Entertainment,com o auge de sua produção iniciando-se nos anos 80 e caminhando para os anos 90, sendo a única competidora forte da Lucas Arts. Alguns dos jogos de aventura da produtora foram a série Kings Quest, Police Quest, e Leisure Suit Larry. A companhia também foi uma das que capitanearam as misturas de jogos de aventura com elementos outros gêneros: por exemplo, na série Quest for Glory, temos um jogo de RPG e aventura já em 1987. É nos anos 90, contudo, com a série Gabriel Knight, que a Sierra se torna uma das mais relevantes produtoras do gênero de aventura. O jogo que conta com o sistema de interação point and click, apontar e clicar, se torna um marco da companhia.
O gênero de jogos de aventura se baseia na apresentação de um problema, uma grande motivação para o personagem do jogador. Uma narrativa que justifique as ações e essa motivação, ou uma história que se desenvolva a partir da interação do jogador com o meio e os quebra-cabeças que são apresentados ao longo do jogo como os desafios.
Essa visão é a perspectiva clássica dos jogos de aventura, porém, hoje em dia, o mercado de games percebe o gênero como um meio narrativo, não da forma como o jogo opera na sua mecânica básica de resolução e quebra-cabeças. Dessa forma temos alguns subgêneros muito populares atualmente, como os jogos de ação e aventura, e os RPGs de aventura. Esses exemplos focam mais na aventura como forma narrativa e o modo de interação está pautado por outras mecânicas como RPG, ou ação em terceira ou primeira pessoa.
Em linhas gerais, o gênero depende de um herói em potencial, na forma do protagonista em uma grande missão no jogo, seja uma investigação, seja uma busca pelo tesouro da ilha dos macacos, ou qualquer outro motivo desenvolvido pelos produtores. Ao mesmo tempo, os jogos de aventura dependem de uma boa história que sirva de pano de fundo para o desenvolvimento do jogo.
Com relação à mecânica do jogo, não há restrições dentro do gênero uma vez que o jogo de aventura é visto hoje em dia como uma categoria de narrativa de jogo. Desse modo, podemos ter possibilidades híbridas como a presença de quebra-cabeças em um ambiente de ação, como vemos em Assassin’s Creed ou em RPGs como Elder Scrolls – Skyrim, ou outros elementos ligados à interação que podem variar as perspectivas do jogador (primeira ou terceira pessoa), e a perspectiva do espaço sendo totalmente 2D, isométrica ou 3D.
É dentro da visão clássica dos jogos de aventura que apresentamos o jogo O Último Banquete em Herculano. No jogo de point and click você será Septimius um escravo romano incumbido da missão de preparar um banquete para seu senhor. Desse modo, o personagem vai interagir e explorar a cidade romana de Herculano através de sua missão para o banquete, demonstrando a importância de seu senhor (dominus). A pergunta que cabe ao jogador é: você tem o que precisa para conseguir os produtos que são necessários para um banquete de sucesso?